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sábado, 4 de julho de 2009

Trilogia Suja de Havana

“Ali perto mora Margarita. Fazia um bom tempo que não a via.Quando cheguei, ela estava lavando roupa e suava. Ficou contente e foi tomar banho. Éramos namorados furtivos – não me levem a mal, tenho que dizer de algum jeito – havia quase vinte anos e, quando nos vemos, trepamos primeiro e depois conversamos bem relaxados. Por isso não a deixei tomar banho. Tirei a roupa e lhe passei a língua de alto a baixo. Ela fez o mesmo: tirou minha roupa e me passou a língua de alto a baixo. Eu também estava muito suado de tanta bicicleta e tanto sol. Ela parecia recuperada e engordando. Não estava mais pálida. Tinha a nádegas duras, redondas e sólidas de novo, apesar de seus quarenta seis anos. Os negros são assim. Cheios de fibras e músculos, com muita pouca gordura, e uma pele limpa, sem espinhas. Ah, não resisti à tentação e, depois de um bom tempo brincando, ela já tivera três orgasmos, fui enrabá-la. Lentamente, com o pau bem molhado de líquidos da vagina. Pouco a pouco. Metendo e tirando e masturbando o clitóris com a mão. Ela esperneava de dor, mas me pedia que metesse até o talo. Essa mulher é fabulosa. Nenhuma outra goza mais que ela. Assim ficamos unidos por muito tempo. Quando tirei o pau, estava melado de merda e ela sentiu nojo. Eu não. Eu tinha o cínico alerta, não dormia nunca. O sexo não é para gente escrupulosa. O sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, hálito e aromas fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é. Se for apenas ternura e espiritualidade etérea, não passa de uma paródia estéril do que poderia ser. Nada.”

Pedro Juana Gutiérrez, Trilogia Suja de Havana

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